Antonio Walter Santim, o autor, nasceu em Irapuru/SP, em 1954. Formou-se em Engenharia de Minas pela Escola Politécnica da USP em 1978, e desde então, exerceu sua profissão na indústria de mineração. Em 2012 contribuiu para o livro “Causos da Casa do Politécnico” com diversos contos. Agora, como narrador e principalmente, historiador, ele reconstituiu e resgatou a trajetória de seu pai, homem do campo, obrigado a trocar o cabo da enxada pela metralhadora Browning .30. Mais que isso, seguiu-o em duas guerras: a dura campanha da FEB na Itália e a não menos dura guerra na volta para o Brasil, esquecido do governo, lutando bravamente para sustentar a família e mais que isso, para dar uma formação profissional para seus filhos.
Mas a narrativa não se restringe à vida do seu pai, Pedro Honório Santim, e remonta a 1888, quando o bisavô, Ângelo Benedetto Santin, emigra com a família da Itália, “per fare l’America”. As durezas da vida da família, até mesmo do bisneto Antonio Walter, como estudante em São Paulo e depois destacado profissional da especialidade “Processos Minerais”, são narradas de forma viva e instigante. Trata-se, portanto, da verdadeira saga de toda uma família!
O depoimento emocionante da mãe do escritor, Maria Bizari Santim, é outra peça forte, narrando as dificuldades duma mulher naquela época, não muito diferentes das de hoje, mas muito mais sacrificantes.
O herói, como em toda saga, é um guerreiro, Pedro Honório. Ao longo da narrativa acompanha-se o crescimento daquele jovem interiorano em meio à luta contra o inimigo, contra o frio, contra a chuva, contra a fome, contra os maus elementos do mesmo grupo...
A resistência a tantas vicissitudes vem apenas duma boa criação, de valores muito bem definidos que apenas foram reforçados por toda esta luta. E a tristeza de ver que muitos desses maus elementos tinham patente e autoridade para impor o seu mau caráter e suas más atitudes... É a narrativa dum caráter lapidado ao longo do tempo!
Impressiona ainda a pesquisa histórica acurada, baseada em publicações, nos testemunhos e esclarecimentos de sobreviventes da campanha ou de seus dependentes ou de pessoas que tiveram contacto com eles e, principalmente, da recomposição de toda a trajetória do combatente em solo italiano.
Enfim, uma leitura que instrui e proporciona muito prazer!
Fare l’America
Meu pai Pedro Honório Santim foi lutar no país do seu avô Angelo Benedetto Santin, que era nascido na comunidade de Santo Stino de Livenza, Venezia; e batizado em Pasiano de Pordenone, hoje no Friuli.
Com Angelo Benedetto, em 24 de fevereiro de 1888, chegaram a Santos: seu pai Valentino, a mulher Maria Zanin, três filhos, um irmão, duas cunhadas e cinco sobrinhos, num total de 14 pessoas. Dois filhos morreram durante a viagem e foram lançados ao mar, e um terceiro, Pietro, morreu de angina logo depois da chegada, quando tinha apenas quatro anos. O filho mais velho, sobrevivente à viagem, chamava-se Giacomo, e a filha, Giovanna (Joana).
A seguir, cópias do livro de registro da Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo, a versão original e a transcrita atualizada, mostrando os dados dos emigrados da Itália.
Minha bisavó Maria Zanin era filha de André Zanin e Corina Fiomani. Meu trisavô Valentino era casado com Maddalena, filha de Domenico Rosset, meu tataravô. O pai do Valentino, tataravô também, chamava-se Antonio Santin, como eu.
Sobre os descendentes do meu bisavô Angelo Benedetto Santin temos um grupo com seu nome no facebook, e praticamente todos os ramos da família estão representados.
Um dos irmãos do Benedetto, Giuseppe, veio com a esposa Mariana Rubin e dois filhos: Benedetto e Maddalena. Não sabemos como evoluiu esta família em termos de descendentes e localização.
O outro irmão, que não está na lista da Hospedaria, chamar-se-ia Antonio, e seria casado com a Catterina Fantin, tendo os filhos Augusto, Giovanni e Regina. Não sabemos como evoluiu a família.
A irmã do Angelo Benedetto, Giovanna, viveu e morreu na Itália, tendo sido casada com Antonio Borigana. Não temos informações de descendentes.
Minha bisavó Maria Zanin era filha de André Zanin e Corina Fiomani. Meu trisavô Valentino era casado com Maddalena, filha de Domenico Rosset, meu tataravô. O pai do Valentino, tataravô também, chamava-se Antonio Santin, como eu.
Sobre os descendentes do meu bisavô Angelo Benedetto Santin temos um grupo com seu nome no facebook, e praticamente todos os ramos da família estão representados.
Um dos irmãos do Benedetto, Giuseppe, veio com a esposa Mariana Rubin e dois filhos: Benedetto e Maddalena. Não sabemos como evoluiu esta família em termos de descendentes e localização.
O outro irmão, que não está na lista da Hospedaria, chamar-se-ia Antonio, e seria casado com a Catterina Fantin, tendo os filhos Augusto, Giovanni e Regina. Não sabemos como evoluiu a família.
A irmã do Angelo Benedetto, Giovanna, viveu e morreu na Itália, tendo sido casada com Antonio Borigana. Não temos informações de descendentes.
A família do Arcangelo Santin posteriormente estabeleceu-se em Pacaembu na Alta Paulista, com os filhos espalhando-se por São Paulo, Jundiaí, Indaiatuba, Irapuru.
O Giglio Santin, por sua vez, estabeleceu-se no distrito de Alto Palmital, município de Boa Esperança, no Paraná, com os demais filhos que tiveram: Agostinho, Aurélio, Honório, Luis, Atílio, José Pedro, e as filhas Ana Maria (Fagnani), Benta Ireni (Lima Bueno), Delci (Botura) e Lourdes (Borlina). Curiosidade: a Lourdes casou-se com um sobrinho da Regina Borlina, esposa do Arcangelo Santin, o Honório Borlina.
Segue foto de visita que meu pai Pedro Honório fez ao tio Giglio, da esquerda para a direita: meu pai, Aurélio Santin, Agostinho Santin ao fundo, Vicente Castro, esposa do Aurélio, Nair Santin esposa do Vicente, Honório, tia Maria Franceschi, Lidia, tio Giglio, Benta Ireni Santin e o marido atrás, Bolivar filho do Vicente e Nair, José Pedro e Atílio Santin, minha irmã Eliane com o filho do Atílio no colo.
O filho primogênito do Benedetto, Giacomo Santin, italiano de nascimento, depois de Catanduva foi para a região de Marília e de lá seus descendentes se espalharam. Atualmente estão concentrados, sobretudo em Dracena/SP e Loanda/PR, como também na Grande São Paulo. Os filhos foram: Regina (casada Merlo), Antonio, Angelo Benedicto, Maria (Giaccon), José (ou Beppe), Augusta (Bolzan), João, Adelaide (Veri), Luiz, Honório (faleceu precocemente).
Segue foto do casal Giacomo Santin e Amalia Villalta, no dia do casamento do filho Antonio Santin, que também se casou com uma Borlina, a Luiza, irmã da Regina, esposa do Arcangelo Santin. Infelizmente a qualidade da foto deixa a desejar. Em pé da esquerda para a direita: meu avô Arcangelo está cortado, depois Giglio Santin, os irmãos da noiva, Pascoa, Santa e Felício Borlina, os irmãos do noivo, Angelo Benedicto e José Santin. Sentados: minha avó Regina com o Domingos no colo, o Pedro Honório cortado à sua direita e a Rosa à sua esquerda apoiada na Amália Villalta, Giacomo Santin e minha bisavó Maria Zanin.
filha mais velha do Benedetto, Giovanna Santin, italiana de nascimento, morou sempre em Taubaté. Com o primeiro marido, Giuseppe Villalta, teve três filhos: Pedro (faleceu neném), Achile e Maria Luíza. Achile casou com Maria Benedicta de Paula, teve um filho por nome de José, porém não temos notícias dos seus descendentes, nem sabemos se Maria Luiza casou.
Com a morte do Villalta, Giovanna casou com Domenico Braschi. Temos contato com os descendentes do primeiro filho, João Braschi. A filha Maria Braschi casou com Naresi, e teve os filhos Odney, Leila e Edna, mas não temos contato. Também não temos contato com os descendentes da segunda filha, Josephina, que casou com José Benedito Alves. Uma terceira filha, Mariana, casou com Mancastropi, tendo os filhos Claudio e Claudete (sem contatos).
Temos duas fotos da Giovanna. A primeira com os filhos Achile, Maria Luiza e João (bebê). A segunda com João, Josephina e Maria. Não sabemos quem são as duas senhoras sentadas.
O primeiro filho do Benedetto a nascer no Brasil foi a Luiza Santin, que se casou com Luigi Pantarotto em Guariba/SP. Ela faleceu no primeiro parto e não sabemos se a criança sobreviveu.
Depois da Luiza veio Carolina Santin. Ela se casou com Giacinto Baldo, gerando 6 filhos: Olivia, Julia, Pedro, Olimpio, Antonio e Eduardo (ou Mario). Giacinto faleceu e posteriormente Carolina casou com o irmão mais novo dele, Vicenzo (ou Lorenzo), tendo mais um filho: Mario (ou Eduardo). Temos contatos com os descendentes de Pedro e Antonio Baldo, de Palmares Paulista/SP. O filho de Olimpio faleceu sem deixar descendente. Eduardo e Mario não se casaram. Olivia casou com Fioravante Carmello e Júlia com Alfredo Albi, de cujos descendentes não temos notícias.
Carolina e Vicenzo |
A filha caçula do Benedetto, Amália Santin, veio depois de meu avô Arcangelo. Ela casou com Luigi (Giggio) Baldo, o tio Luiz, que era sobrinho do Giacinto e do Vicenzo. Tiveram os filhos Gildo, Aurélio, Mário e Dorval. E as filhas Lúcia (casada Belucci), Nair (Valério), Ana (Mecati), Antonia (Gomes), Maria Paula (Bernardo Pinto) e Ermangene (Marelli). O tio Luiz morava perto de meu avô, no bairro do Alto Alegre, no município de Pacaembu, depois o pessoal espalhou pelo Paraná, Mato Grosso do Sul.
Na primeira foto o tio e a tia, ladeados pela filha Lúcia e o genro Reinaldo Belucci. Na foto da ponte do rio Tiête: o tio Luiz, Dorval, meu pai elegante, Gildo e meu tio Domingos Santin.
Na foto do conjunto musical: Dorval, Mario, Aurélio, Gildo e outro parente. Depois o time de futebol do Alto Alegre com três Baldo: Mario de lateral direito, Dorval de goleiro, Gildo de ponta esquerda e o primo André Santin de zagueiro central.
COMENTARIO ;
Caros amigos internautas e demais familiares, esta síntese extraordinária do Livro do primo Antonio Walter Santim, nos tras a lembrança dos momentos árduos vividos no período da 2@
Guerra Mundial, o desfecho dela no continente Europeu, o retorno ao Brasil, enfim, emoções a toda prova.
Lendo e relendo o breve relato, completo e maravilhoso, vemos as mesmas Raízes de nossas terras sulistas, famílias como : SANTIN, ZANIN, ROSSET, FANTIN, FRANCESCHI, BALDO, BOLZAN, MERLO e dezenas de outras que se associaram as nossas raízer e realizaram a colonização e desenvolvimento em nosso pais.
Mesmo na breve leitura, nota-se as coincidências como as havidas aqui na região sul do Brasil. Uma vez que emigravam para o Brasil ou especialmente para a Argentina, vinham as famílias completas, isto é, todos os familiares parentes cunhados que residiam próximos uns dos outros vinham junto, como bem demonstra a Obra do Autor.
Com Angelo Benedetto Santin chegaram seu pai Valentino com sua mulher Maria Zanin, trés filhos, um irmão, DUAS CUNHADAS E CINCO SOBRINHOS, num total de 14 pessoas; 2 faleceram a bordo do navio em alto mar e um terceiro de nome Pietro faleceu na chegada vitima de angina.
No nosso tronco familiar também tivemos um tio bisavó de nome LUIGI EVAGELISTA SANTIN, casado com CATARINA DE BORTOLLI SANTIN, que veio casado da Italia e trouxe pessoas da familia de sua esposa ( cunhada e sobrinhos ) quando emigrou a Monte Bello do Sul,Rs, no final do século passado.
HISTÓRIAS GEMEAS NA CHEGADA.
Quero aqui agradecer ao primo ainda não conhecido pessoalmente ANTONIO WALTER SANTIN, primeiro por me enviar o Livro acima referido e segundo por mandar tão lindo resumo de sua GRANDIOSA OBRA, que ilustra toda a trajetória de seu pai, ORGULHO DE TODOS SANTIN.
Muito Obrigado, querido primo Antonio, a sua obra será eterna.
Gladimir José Santin
Erechim Rs
Dongiuseppesantin@gmail.com
Eu que agradeço imensamente Gladimir! Antonio Walter Santim
ResponderExcluirCaro Primo Antonio Walter. Extraordinário o seu Livro, uma história de forma viva, dolorida por tratar da Guerra de Ir Lutar na Itália, terra dos nossos ancestrais, porem a Guerra mais dura é a Guerra do Retorno as raízes Brasileiras, graças a Deus Vivo, porque muitos foram lutar pelo BRASIL e poucos retornaram, não esqueci que li no teu livro que tei pai retornou para o interior de São Paulo, onde residia a sua família, que ele retornou de TREM, ISSO NÃO ESQUECEREI JAMAIS, ainda estou lendfo o livro e breve terei maisd opiniões e matérias a publicar no blog.
ExcluirEncontrei em São Gabriel, Rs, um Museu da FEB ( Força Expedicionária Brasileira ) e na ocasião que fui la pelois anos 90, vi inumeras cartas de pais para filhos e de filhos para os pais, ainda encontrei documentos de um dos Padres que acompanharam a FEB na Itália, tratava-se do Padre conhecido como Cônego Gregório Comassetto, que curiosamente ainda vivia em Erechim. Tive a oportunidade de convidá-lo a vir em minha casa e assistir a uma reportagem que fiz na ocasião, e que, oportunamente, pretendo publicar no blog.
Grande abraço, querido primo Antonio Walter Santim, Sp.
Abraço.
Gladimir José Santin - Erechim - Rs