Tia avó VIRGINIA SANTIN DALASEN, a Memória Viva das Famílias Santin e Dalasen
Aqui uma pequena recordação de 07 de Maio de 1995, Erechim, Rs, casa de minha tia Rosa Santin Simonetto e de toda sua familia, onde naquele momento estava a querida tia avó Virginia, prestes a fazer 89 anos de idade, o que ela fez em 10 de maio, que era a data de seu aniversário.
Bem se pode ver e ouvir na imagem da tia, Lúcida, inteligente e de ótima memória. Certo dia escrevi neste blog, que parece vontade divina em relação a nós, ela saber tanto e não ter a quem contar, e no meu caso, eu querer saber tanto e não ter de quem pudesse me ensinar. Os caminhos divinos, que não sabemos o porque, nos colocou frente a frente, a mim e a ela, um falando e outro aprendendo, enfim, CONTADORES DA HISTÓRIA, sim, contadores da história viva e feita com braços, lágrimas e todo tipo de alegria e tambem de tristezas, desapontamentos de toda espécie, e mesmo assim, a família reunida venceu a tudo e a todos.
A Surra forte do bisavô Giuseppe Gislon Santin a tio avô Arcangelo Vanzella Santin
Disse a lúcida tia, que seu irmão Arcangelo, ao ficar em casa na Linha Tres de Maio em Guaporé, Rs, por algum motivo achou graça em cortar pés de milho próximo da casa paterna, e assim o fez. Ao retornar a casa ha noite o pai, vendo a ousadia do filho, deu uma severa surra no tio Arcangelo, uma surra forte, o que a princípio, pela natureza do fato e tambem pelo susto, notou-se posteriormente ao ocorrido que o menino passou a não falar direito e a caguejar. Levado ao médico pela mãe Maria Vanzella Santin, o mesmo disse que devido ao susto ocorreu a cagueira e que de forma tambem forte, dessem outro susto no menino ( fica indiretamente dito que seria nova surra ) o que na verdade a mãe Maria não autorizou. O menino se criou bem e viveu intensamente até falecer em Erval Grande, Rs, ja com larga idade, porem sempre por perto de suas irmãs Virginia, Anna, Rosa e Giulia.
Tio Avô Angelo Vanzella Santin, que se casou com Helena Nistor Santin, morou em Erechim, Rs, depois em Erval Grande, Rs, ( Vila Nova ) e criou uma grande família tambem, com muitos filhos, filhas, dentre eles : Adelino que atualmente reside em Rio dos Indios, Rs, Adi , Alzira e Edi que residem em Erechim, falecida Elsa Santin Polli e esposo Adelino Polli de Erechim, dona Elisa Santin Goulart e seu Bernardino Goulart que residem em Chapecó, Sc, Ademir Santin que reside em Torres, Rs, e outras primas que ao momento não lembro dos nomes e cidades, fiquem todos lembrados.
Tia Virginia sempre teve estreita relação com todos os irmãos, mas mais especialmente com tio Angelo. Ele era o mais novo dos filhos de Giuseppe Gislon Santin e Maria Vanzella Santin. Ele nasceu no Chile em Pitrufquen, veio a Erechim em 1915/16 com apenas cedrca de 6 a 7 anos, e em 01 de Setembro de 1917 seu pai e meu bisavô Giuseppe Gislon Santin, ao retornar dasTres Vendas Erechim no lombo de sua mula, ao deparar com algum papel pela estrada a mula se assustou e derrubou o bisavô ficando o mesmo preso pelo pé ao estrivo do animal, que arrastou o bisavô até sua propriedade na Linha América, diga-se que arrastou por cerca de dois quilometros, o que provocou traumatismo craniano e portanto a MORTE do bisavô.
Antes de falecer o bisavô, o mesmo havia adquirido cerca de 25 hectares de terra de um senhor chamado JOÃO TOSO, o qual após conhecer e conviver com o bisavô Giuseppe e sua familia, se tornou amigo e ia seguidamente prosear com o bisavô, geralmente falavam assuntos relativos a Itália, dentre outros. Por morte do bisavô a terra foi escriturada em nome da bisavó MARIA VANZELLA SANTIN, matriarca da familia de 16 filhos ( treze vivos e na epoca 3 falecidos ).
No vídeo, tia Virginia fala que seu irmão Angelo ja havia quebrado uma perna e que ao ir lavrar, tinha arvore caída na roça, precisava ser removida e que ele tentou fazer, porem ouve um acidente e a tora de madeira rolou sobre o tio, quebrando as duas pernas. Provavelmente por estar sozinho, ficou até ha noite, e ao não voltar para casa, tia Virginia mandou seus filhos Gomercindo, Nelson e Ernesto procurar pelo tio, e que quando encontrado, foi removido até sua casa. Poder-se notar bem que os filhos da tia Virginia, por serem bem mais velhos que os filhos do finado tio Angelo, sempre estiveram por perto do tio, ajudando e tudo fazendo para a harmonia das famílias.
O primo Ernesto Dalasen, hoje totalmente cego e vivendo no Mato Grosso, onde criou numerosa familia juntamente com sua esposa dona Maria, me dizia ele nos anos 90, que tio Angelo empreitou da Familia Bormann em Rodeio Chato, municipio de Chapecó, Sc, que tio empreitou trazer de arraste muita madeira até o Porto Goio En, a qual era embarcada via Rio Uruguay nas inumeras cheias que havia naquele periodo, para exportação para a Argentina. Era um trabalho muito duro, com Ternos de Mulas e Juntas de Bois, tinham as dezenas, e que era um serviço perigosissimo e trabalhoso. Disse tambem primo Ernesto que tio Angelo consumia até cerca de tres mil sacas de milho ao ano, para alimentar a numerosa quantidade de animais para trabalho diário no translado até a beira do rio Uruguai.
Ao gravar as imagens, falei para tia se ela gostaria de ver publicadas suas história em UM LIVRO e se ela autorizava escrever e contar a história, prontamente concordou em tornar público esse acervo de cultura viva de um passado trabalhoso mas grandioso por genero e espécie, o que nos honra profundamente. Jamais imaginei eu que um dia, poderia publicar o VIDEO VIVO com audio e imagem daqueles momentos, contados pelo coração e alma desses personagens que FIZERAM A NOSSA HISTÓRIA, e creio que, de nossas familias, ninguem e maior que a história dessa novantenária avó, bisavó Virginia.
Por fim, que quando de volta ao Brasil, bisavô Giuseppe teve propostas para residir em Mendoza Argentina e tambem em Montevidéo no Uruguai, mas o bisavô sabia que melhor lugar do mundo era o Brasil, não porque fosse apaixonado pelo Brasil, o bisavô trabalhava duro todos os dias, mas ha noite ele queria COMER POLENTA e TOMAR UM COPO DE VINHO DE UVA, isso era sagrado. E por isso voltaram do Chile, ja ele não tinha polenta e nem vinho de Uva, porque na Araucania Chilena, por ser muito frio, não produz nem milho e nem tampouco uva, e se fazia vinho la em Pitrufquen, mas de Maçã, e ele não gostava de vinho de maçã, e por isso, resolveu retornar ao Brasil e faleceu em Erechim em 1917.
Tambem não foi esquecido das colheitas de Batatinha Inglesa no Chile, diz a tia, as maiores era para alimentação, as intermediárias para semente para plantar de novo e as pequenas eram para os porcos. Tambem lembrou da Casca de Link ou Linque, que era muito utilizada para curtimento de couro, o trabalhador rural tirava as cascas e levava de carroças até os curtumes na cidade onde vendia para auferir dinheiro e assim ir tocando sua vida.
Enfim, momentos de nossa história, agora em video para conhecimento de todos.
Tia Virginia faleceu em 10 de Novembro de 1996 em Erechim, Rs, e foi sepultada no Tumulo da Família em Erval Grande, Rs.
Gladimir José Santin
Erechim Rs
Dongiuseppesantin@gmail.com
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