Dona Fidelina Smaniotto Santin, viuva de Cândido Santin, em entrevista gravada em março de 2019 em Navegantes, Sc, na casa de sua filha Rosana Santin de Almeida e seu marido Vladimir Cassiano de Almeida, com presença filho Benhur Santin, Miriam Santin e demais familiares, comigo Gladimir J. Santin, relatou algumas Histórias ouvidas de seu sogro Carlo Santin, filho de Giovanni Santin e Margarida Zanchet Santin. Nono Carlo assim chamado, era casado com Stella Franceschini Santin, tiveram uma grandiosa familia e no final de sua vida, Nono Carlo foi viver com o filho Cândido Santin em Erechim e dona Fidelina S. Santin era com quem ele e sua esposa conversavam toda manhã, na roda de chimarrão tradicional da familia.
Nono Carlo saiu da Itália, desde sua casa até o Porto onde pegaram o Navio com rumo ao Brasil, ele foi no colo de seu padrinho, não lembrando o nome do padrinho. Relembra que chegaram e foram direto para terras em Guaporé, Rs.
Enquanto estavam vindo de navio, por cerca de 36 dias e noites aproximadamente, disse que a bordo do navio, uma filha do casal Giovanni Santin e Margarida Zanchet Santin veio a falecer e sua mãe, com medo e certeza que jogariam o corpo de sua unica filha mulher ao mar, escondeu o corpo da menina até chegarem a ilha das Flores no Rio de Janeiro. Isso foi feito, e lá chegando, sepultaram o corpo da menina em terra firma. Inclusive um filho de dona Fidelina e irmão de todos da familia, amigo Jorge Santin de Curitiba, Pr, esteve no local recentemente e visualizou o tumulo da tia avó da familia, porque era a unica irmã mulher do nono Carlo Santin.
Após chegados a Guaporé, Rs, estavam felizes por terem sua própria terra, sonho de todos os imigrantes, começaram a trabalhar a terra. Começaram a cortar a mata para fazer a casa e plantar algo e criar animais para a alimentação e manutenção da familia. A amizade com os vizinhos era grande e se ajudavam mutuamente. Certo dia alguem foi no Moinho na região da grande Bento Gonçalves, na volta ganharam um pouco de farinha de milho para fazer a POLENTA, esse trajeto todo era feito em lombo de mulas, por ser longe e região muito acidentada. Ao ganharem ou comprarem ou mesmo trocarem a farinha por algo, alegria total em fazer a polenta nossa de cada dia, primo e filho Benhur Santin ainda LEMBRA TRATAR-SE DA PRIMEIRA POLENTA DA FAMILIA, veja bem o detalhe, primeira polenta da familia.
Eis que chegam os soldados FEDERALISTAS, deve ter sido por volta de 1892/95, e de de pronto RETIRA SEU LENÇO VERMELHO e coloca-o sobre a polenta e VEJA QUE BELA POLENTA e simplesmente CONFISCA, ROUBA, LEVA, enfim, sem polenta para a Familia Zanchet Santin.
As crianças, super sentidas, consoladas pela mãe Margarida Zanchet Santin, que dizendo aos filhos que ainda tinham MILHO EM GRÃO, jantaram assim novamente. Dona Fidelina relembra que seu sogro Carlo, semeava os produtos na terra de Guaporé e em poucos dias ja estava tudo nascido, lindo e vigoroso, ela relembra ter ouvido que os primeiros anos foi difícil mas que ele Carlo e sua familia tinham Deus nos corações e mentes e tendo ele conosco temos tudo.
Todos sabemos que pessoas praticantes e religiosas, tem uma maior grandeza em compreender a vida e suas nuances, imaginemos ainda mais um século atrás, nossos ancestrais foram gigantes de carne e osso, toda nossa gratidão a todos, obrigado a dona Fidelina Smaniotto Santin e toda sua familia pela entrevista concedida e exemplo de vida a todos nós, GRATIDÃO TOTAL ETERNA.
Gladimir José Santin
Erechim Rs Abril 2019
Dongiuseppesantin@gmail.com
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