Entrevista com amigo e Professor Sociólogo Chileno GIOVANNI MARTINI e com nosso Primo DOMINGO ZAMPESE SANTIN, gravada por mim Gladimir em 12 de Janeiro de 2008 em TEMUCO, capital da ARAUCANIA CHILENA, oitava região do Chile, na casa dos Primos Domingo Zampese e de sua esposa Filomena Valdebenitto.
Perguntado sobre que apoio REAL o então Governo do CHILE deu aos emigrantes idos da Itália e do Brasil, idos ao sul do Chile, se tinha Escolas, Igrejas, se deram ferramentas, etc, etc ? Respondeu o professor . Disse que o governo deixou estes detalhes da imigração a cargou ou por conta da empresa IRMÃOS RICCI que foi quem os contratou para residirem no Chile.
Depois diz que aos que tiveram MAIS PACIENCIA, frente aos problemas deixados pela colonizadora que ou levou a trabalhar na região, algum tempo depois, governo lhe entrtegou algumas partes de terra, para que vivfessem e pudessem plantar suas colheitas, sustentar suas familias, etc. Perguntado que se a terra foi dada de graça ou paga, respondeu o professor : ¨Entendo que num primeiro momento, o negócio foi entre o governo do Chile e a empresa Colonizadora ¨, isto é, ela que teria que colocar as familias Brasileiras e cumprir o que havia prometido, fazer Escolas, estradas, pontes, enfim, formas de manter e desenvolver a vida das familias ali instaladas.
Naquela ocasião a região de Los Galpones e Pitrufquen, pertencia a Provincia de Valdívia, e hoje o local percente a provincia de Temuco. Depois de algum tempo, e de toda paciência de alguns colonos, começaram a redistribuir lotes de terra, porem em lugares DISTINTOS DOS QUAIS HAVIAM PROMETIDO, aos pequenos agricultores e suas familias, que seguiram em nova leva de Guaporé, Rs, Brasil ao Chile no terceiro trimestre final do ano de 1906.
O Projeto Inicial de Colonização se chamava NOVA ETRURIA, porem a Colonizadora dos IRMÃOS RICCI e SALVATORE NICOSIA entregou essas terras para UMA EMPRESA MADEIREIRA, assim as Familias Italo-Brasileiras começaram a ser instaladas em CANTA RANA, etc, etc.
Para melhor entender, os Irmãos Ricci e seus sócios, fizeram um contrato com o governo CHILENO se comprometendo a colonizar o Sul em diversos locais, hoje na região de Pitrufquen, Los Galpones e outras regiões, dentre eleas a primeira que foi Capitan Pastene, bem distante de Pitrufquen, mas foi nesta região que começou a colonização Italiana no Chile.
A colonizadora fez conbtrato com o governo se comprometendo a efetuar toda infra estrutura para as cidades ou vilar rurais onde viveriam os Italianos instalados, mas depois de obter a concessão das TERRAS, simplesmente modificou todos os seus próprios planos, VENDEU A MELHOR PARTE DAS TERRAS a empresas MADEIREIRAS, deixando as familias a própria sorte, praticamente levando a loucura os pais de familia que para la foram levados e jogados a própria sorte.......... reinstalando-os e sua familias e outros locais da região, segundo sua vontade, sem que os mesmos pudessem se quer comparar estes com outros locais de vida e trabalho.
O governo se comprometeu a dar e deu certa extenssão de terras a colonizadora, que por sua vez se comprometeu a trazer os colonos e trouxe, os primeiros vindos diretamente da Itália, e depois de chegaram aos locais na região de Capitan Pastene, depois de alguns meses, a grande maioria retornou a Italia, isso ainda entre 1903/1905 aproximadamente, porque não gostaram do que viram e do que viviam na região, os que podiam e tinham dinheiro para voltarem as Itália, assim o fizeram, porem uma outra parte, por terem gostado ou por não terem mais dinheiro, etc, etc, acabou ficando, vivendo e sobrevivendo as suas custas e vencendo a região e criando suas familias, fazendo raízes e desenvolvendo Capitan Pastene e outras cidades próximas.
Depois, pelo retorno de grande parte dos primeiros imigrantes trazidos da Itália pelo abandono da Colonizadora, os que voltaram a Itália, procuraram pela familia dos Irmãos Ricci na Itália, falando mal da colonizadora para a mãe de Giorgio e Alberto Ricci, sobre a forma das propriedades e terras a eles destinadas no Sul do Chile, houve uma certa comoção na Itália, o que deixou a mãe de ambos bem enfurecida com os filhos, isso havia uma página na internet, desenvolvida pelo Chileno Claudio Sacca Balocchi, que é originário de Capitan Pastene, mas hoje vive em Santiago, ou vivia na ocasião em que eu tive acesso aquela página, via internet, até procurei novamente mas não encontrei mais a referida postagem. Nela até cartas escritas pelos primeiros imigrantes, com textos de como sobreviviam e criavam suas familias na ocasião. Textos dramáticos de como viviam na ocasião.
Professor Giovanni e eu que o entrevistava, falamos sobre a Imigração em Famílias, como foi feito no Brasil, eram grandes e médias familias que emigravam, NUNCA OU POUCAS VEZES DE FORMA INDIVIDUAL, ISTO É, eram diversas pessoas, no casou de duas familias, dentre outras, vejamos : Meu bisavô Giuseppe Gislon Santin e sua esposa Maria Vanzella Santin, foram ao Chile com sua familia em 1906, era o casal e outros 15 filhos e la no Chile nasceu outro, tio avô Angelo Vanzella Santin, poortanto 16 filhos mais o casal, totalizando 18 pessoas.
Só de Familias Santin, idas ao Chile, creio tratar-se de aproximadamente 80 pessoas em 1906, ou seja, vejamos : Giuseppe Santin ( aprox. 18 pessoas mais alguns genros, dentre eles Antonio Zampese, Giuseppe Bortolo Tochetto, dentre outros ), depois familia de Ferdinando Santin e segunda esposa Julia Longo Santin ( Casal, mais filhos, creio ser de aprox. 12 pessoas ), depois Santo Gislon Santin e Pasqua Tognon Santin ( este era o Padelo, irmão de meu bisavô, creio que eram outras 12 pessoas aprox. ), depois havia outro primo Santo Santin que pela morte da primeira esposa que era da familia Alfier Santin, tiveram duas filhas Helena e Anna, Helena ficou no Brasil casada com Giuseppe Cansian e Anna foi ao Chile com o pai e madrasta, sendo que a Bordo do Navio Orissa, nasceu o primeiro filho de Santo Santin com a segunda esposa, deram o nome ao menino de ORIZZO SANTIN, em homenagem ao Barco que os levou ao sul do Chile, e que tem grande familia originária deste tronco no sul do Chile. Ainda temos os troncos Scolaro Santin e Zanchet Santin, tambem troncos numerosos de familiares que foram ao Sul do Chile em 1906, todos juntos, unidos, uns ajudando aos outros a vencer, se manterem vivos, diante das imensas dificuldades vividas, por diversas causas.
Sempre e em todos os lugares as QUEIXAS dos colonos foram constantes a respeito da forma como foram tratados e abandonados pela empresa colonizadora e de certa forma pelo governo do Chile, porque o governo não fiscalizou bem a instalação e cumprimento dos contratos de assentamento das familias, ocasionando os problemas enfrentados pelas familias, ha mais de um século atras, tanto na região de Capitan Pastene e mais acentuadamente na região de Los Galpones e Pitrufquen.
A Empresa Ricci, prometeu construir uma cidade cujo nome seria General Rondizzoni, não o fez, Rondizzoni foi um militar Italiano que viveu no Chile por ocasião da Independência, a idéia era fazer uma pequena cidade no centro da Colônia Nova Etruria, coim Igreja, Escola e todos demais que temos em uma cidade ou mesmo vila rural, porem nada disso foi feito, alem do que foram modificados os locais onde se distribuiu as terras aos agricultores familiares.
Os terrenos entregues para as familias Brasileiras eram muito ruins, PANTANOSOS, de dificil acesso e vida, são chamados de GUALVES, pântanos cheios de agua e atoleiros de toda sorte, não poderiam ser cultivados nem sequer tinham caminhos de acesso ou de passagem, segundo Professor Martini, era uma FAÇANHA CHEGAR A PITRUFQUEN.
Segundo Octagenário primo Domingo Zampese Santin, casado com Filomena Valdebenito, morador de Temuco, aqui presente e gravando esta entrevista conosco, era realmente uma façanha chegar a Pitrufquen, pois naqueles terrenos pantanosos, sem estradas, com carretas de Canta Rana, de Maguilanche e Los Galpones, se levava DOIS DIAS em carreta ou a cavalo para chegar de um local a outro, tendo inclusive que pernoitaqrem no caminha entre uma cidade e outra.
Uma verdadeira epopéia vivida , enfrentada e vencida pelos nossos ancestrais, hoje aqui compartilhada para com todos.
Gladimir José Santin
Erechim Rs Maio 2019
Dongiuseppesantin@gmail.com
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