Primo João Luiz Zanin Lendo Carta Publicada Correio Riograndense, Herval do Oeste, Sc, 18 Agosto 1994

Primo João Luiz Zanin, morador de Linha Boa Esperança, Erval do Oeste, Sc, entrevista gravada em sua residência em 18 de Agosto de 1994, infelizmente já falecido, um grande amigo e incentivador das causas Ítalo-Brasileiras, escrevia em lingua Talian, tambem teve programa de Rádio na região da grande Joaçaba, Sc, e cidades vizinhas, homem de uma cultura ímpar, que graças a Deus eu tive a oportunidade de conviver e conhecer o ilustre e grande primo.


Escrevia com frequência textos em Talian e remetia ao Freio Rovilio Costa, talvez para mim o Papa da Cultura Italiana no Sul do Brasil, João Luiz escrevia os textos, cartas e outros, remetia ao Freio Rovilio que os publicava no Jornal Correio Riograndense, inclusive o texto que ele esta lendo nas imagens agora publicadas neste blog.


No inicio da leitura primo João Luiz fala da descendência Santin. Arcangelo e Italia Palombit , Luiza com Marco Comparin,  Armelinda com Emilio Freschi, Maria com Valentino Palombit, Guerino Santin casou com Catarina Filippon Santin, Antonio Santin, solteiro, Genoefa Santin casou com João Piovesana, ao final da Carta, primo João Luiz, se dirige ao Frei Leonel Santin, atualmente residindo na casa de Saude dos Capuchinhos no município de Caxias do Sul, mas na ocasião da leitura desta carta em agosto de 1994, no final, primo João Luiz Zanin, encerra a narrativa dizendo ao Frei Leonel que ele acreditava que éramos parentes.

Nesta parte da entrevista, eu interrompi ao seu João Luiz, espliquei que Frei Leonel era descedente do tronco de Nicoló Santin e Giacoma Mezarobba Santin, tiveram 5 filhos : Vicenzo Giuseppe Santin, Giuseppe Santin, Ferdinando Santin e Antonio Isidoro Santin. Dos quatro irmãos acima, todos filhos de um SANTIN e de uma mãe MEZAROBBA, apenas Antonio Isidoro Santin não se casou com uma Mezarobba, ele se cassou com uma TRAMONTINA, porem os outros tres irmãos seus, todos se casaram com esposas MEZAROBBA, ficando assim, filhos de uma Mezarobba e casados com uma Mezarobba.

No meu tronco em especial, era o trisavo Domenico Santin, casado em primeiras nupcias com Angela Mezarobba Santin, tiveram dois filohos que vieram ao Brasil. Primeiro era Arcangelo Mezarobba Santin casado com Domenica De Bortolli Santin, e o outro irmão de pai e mãe era Luigi Evangelista Santin casado com Catarina De Bortolli Santin.


Depois por morte de Angela Mezarobba Santin, vítima de queda e quebra de coluna cervical na Itália, o trisavô Domenico Santin casou-se em segundas núpcias com Angela Gislon Santin, dai nascendo dois outros filhos. O primeiro e mais velho era Santo Gislon Santin que casou-se com Pasqua Tognon Santin e o segundo e mais novo meu bisavô Giuseppe Gislon Santin que se casou com Maria Vanzella Santin.


Todos os 4 irmãos por parte de pai, dois filhos de cada mãe, a primeira Mezarobba e a segunda Gislon, todos eles eram SANTIN CANAL, apelido da Itália, poderia até ser Santin Comel, devido a pronuncia, mas todos eles tinham apelidos, que abreviavam muito o nome e diziam de que tronco familiar eles pertenciam. Arcangelo o mais velho era o PESCAROLLO,  Luigi era o BARBA ROSSA, o terceiro dos quatro irmãos era Santo que tinha o apelido de PADELO, por ter sido militar e padeiro na Itália, este faleceu vitima de afogamento em acidente com animal cavalar, morreu no Rio Tolten no Chile, e o ultimo, exatamente o meu tronco, Giuseppe que tinha o apelido de GIUSEPIN, por ser pequeno em porte físico, faleceu em Erechim, Rs, em 01 de Setembro de 1918, vítima de queda da mula, que o arrastou até sua casa na Linha América em Erechim, depois de ambalado por uns bons goles de vinho.


Depois primo JoãoLuiz passa a ler o artigo que escrevera em 1983 e que foi publicado no Jornal Correio Riograndense naquela epoca,  fala no nome do bisnono  Ferdinando Zanin e  Catina Magagnin , depois fala Luigi Santin, Pescarollo e Catina De Bortolli,  diz na carta que Ferdinando Zanin e Catina, chegaram no ano de 1884, chegou com dois filhos : Giovanni que era o nono  do João  Luiz e Celeste, que foi morto durante a Revolução Federalista  de 1899 na Linha Pinheiro Alto, ainda tinha outras duas filhas a primeira casada com Giuseppe Colussi e esta senhora era tia do Bispo de Caçador, Sc, senhor Don Luis Colussi. A outra filha ficou na Itália.

Luigi Santin e Catarina De Bortolli Santin vieram em 1885, e tinham 3 filhos homens e 5 filhas mulheres. Eram eles :  Arcangelo, Guerino e Antonio Santin e mais cinco filhas mulheres, eram elas : Angela Santin ( nona de João Luiz Santin ), Ermelinda, Gigia, Genoeffa e Maria que ainda vivia em São Miguel do Oeste, Sc.


 Segundo João Luiz, Maria Santin era casada com Valentino Palombit, creio que falavam em S.M. Oeste, porem, creio que residiam em Palmitos, Sc, em Santa Lucia, que antigamente antes de Palmitos tornar-se municipio, pertencia a São Miguel do Oeste.

Os Zanin eram de Treviso, dos Piovesana não se sabia nada, os Santin eram de Udine e de Porto Alegre vieram para Linha Alcântara e depois para Linha oitava de Alfredo Chaves hoje Veranópolis e tambem Linha 14 de Julho de Cotiporã.

Nono Giovanni e nona Angela, compraram a colonia de numero 7 e todos o conheciam como Giovanni del Sete.  eles sofreram muito pela seca de 1915,  sofreram com Le Cavalet que significa GAFANHOTOS,  plantavam milho e feijão e para fazer CAFÉ plantavam FAVA, tambem construiram um alambique para fazer a própria cachaça e os cereais para serem trilhados eram batidos com porretes de paus para debulharem os grãos.


Nono Giovanni Zanin ou Giovanni del sete, ele tinha uma faixa de 4 km de planicie na sua propriedade próxima ao Rio Carreiro e tinha local que chamavam Porto de Giovanni Del Sete, Severino Giordani conhecido como Severino da mandioca, porque ele revendia mandioca, Severino tinha uma mula que levava licores de Bento Gonçalves para revende-los em Cotiporã,  a mula resolveu pular no rio com as bruacas cheia de licores,  a valente mula acabou por morrer afogada, mas eles com uma taquara com prtego na ponta conseguiram resgatar alguns dos licores que eram pra ser vendidos em Cotiporã.

A nona Angela Santin Zanin, trabalhava com bicho da seda.  LA Madonna de Monte Bérico dos primeiros moradores da Linha 14 de Julho de Cotiporã, fizeram uma Igreja ou Capela e colocaram su La Madonna de Monte Bérico como padroeira, porque eles eram todos de Vicenza Itália.

Primeiros Moradores : Santo Bortoncello, Giovanni Spessatto,  Giovanni Spessato Filho,  Vito Bolsoni, Giacomo Mezacasa, Domenico Benvegnu, Luigi Pelissari, e bisnono de João Luiz senhoir Ferdinando Zanin e seu nono Giovanni Zanin, sendo que a primeira Igreja ou Capelinha foi construída no ano de 1889,  e La Campana la stata  fata Santo Gnoato  e lhe chamavam de SANTO CAMPANA ( apelido ),  era parente do JoãoLuiz porque pai do João Luiz casou-se com uma filha de Angelo Gnoato, nono do João Luiz e sendo a nona deste a Carolina Bocchi Gnoato.

O Padre Davide, que vinha de Faria Lemos, para rezar as missas no local, passava a barca e depois pernoitava na casa do nono Zanin,  diz na carta escrita o ilustre primo, que havia muita caça de pássaros naqueles tempos, e que hoje, em passando uma pomba, ha mil para salvar o bichinho........

Sensacional este primo querido João Luiz Zanin, faleceu muito cedo, mas nos deixou um legado extraordinário de amor a familia, a história dos nossos ancestrais e amigos, sempre preocupado em preservar e escrever e publicar os escritos seus e de outros autores, porque ele sabia que UM DIA alguem iria ver, eu estive lá, vi, gostei e hoje quero compartilhar com voçes essa história linda desse grande Brasileiro. Obrigado meu Deus, abraço.


Gladimir  José  Santin
Erechim Rs
Dongiuseppesantin@gmail.com