terça-feira, 30 de abril de 2013

O que o Santin do Maneco fez por Marau.

 Fonte: Jornalista Ronaldo Poletto - Rádio Marau/RS
Quem não conhece o Maneco? Figura marcante no meio político, José João Santin foi Prefeito de Marau por dez anos, vereador por quatro anos e há quarenta e três anos atua como Advogado. Ele foi o quarto entrevistado do quadro “Biografias”, da Rádio Alvorada. Natural de Marau, nasceu em 1942, na localidade de Portão. Maneco é possuidor de uma história que merece ser contada. Sua trajetória é fascinante, marcada por muito trabalho e simplicidade. Com certeza, exemplo a ser seguido.

O MANECO QUE TODOS CONHECEM
Durante entrevista concedida ao Jornalista Ronaldo Poletto, ele lembrou que quando criança sua professora pediu que escrevesse cem vezes em um caderno o seu nome de batismo, porque não apenas os amigos e familiares o chamavam de Maneco, mas ele mesmo pensava que seu nome era esse. Mesmo assim não adiantou, até hoje todos conhecem José João Santin por seu simpático apelido. “As pessoas que me chamam assim é porque me conhecem. Mesmo estando em outra cidade, às vezes alguém se aproxima e me chama de Maneco”, disse.


O CAMINHO ATÉ MARAU
Maneco contou que saiu de Portão com sua família em 1946. Em duas carroças eles transportaram a mudança até o atual centro de Marau. Seu pais permaneceram morando no interior e a mudança dos filhos foi estimulada pela oportunidade de estudar e crescer na vida.

MARAU EM 1946
“Vi Marau crescer, participei do desenvolvimento do município e consegui trazer obras que eram necessárias para que isso acontecesse”, disse Maneco. Sabia que era preciso energia elétrica e telefonia, entre outras coisas que naquela época não tinha em Marau. “Tive a alegria de ver a inauguração da Corsan e também da subestação de energia”, contou.

A CARREIRA PROFISSIONAL
Ao mesmo tempo em que José João Santin se formava em Direito, em 1968, entrava para a vida pública, ao ser eleito Vereador no mesmo ano. “Eu sempre manifestei o desejo de ser político e sempre agi como um. Procurava ver o que era melhor para Marau”, contou. Para Maneco, Marau estava sempre em primeiro lugar. “Após concluir o segundo grau, decidi fazer vestibular para Direito. No segundo ano de faculdade casei e logo em seguida nasceu o meu primeiro filho, o Ricardo, assim a conclusão do curso foi uma tarefa difícil”, revelou. Receoso por ter formado uma família e ter a missão de estar presente e suprir suas necessidades, Maneco demorou um pouco para ingressar no mercado de trabalho como Advogado, já que na época era Presidente do Legislativo. Por causa da política, morou em Porto Alegre também e retornou a Marau para concorrer a Prefeito, sendo eleito com expressiva votação. Maneco passou então a se dedicar apenas a política. “Era conflitante ser o representante do povo, cuidar dos interesses de uma cidade e ter interesses particulares, então optei pela política”, destacou. Após o mandato, Maneco foi convidado a ir para Porto Alegre, para assumir a função de Diretor da CRT. Ele aceitou o desafio e ficou na capital dez anos. Trabalhou também na Casa Civil. Retornou a Marau para concorrer novamente a Prefeito, sendo eleito para o segundo mandato. Enfatizou que enquanto esteve trabalhando em cargos políticos não atuou como Advogado. Era uma forma de poder se dedicar intensamente as causas do povo.


A FAMÍLIA
“Os acertos que tive na minha vida agradeço a minha família. No início, o incentivo dos meus pais e posteriormente quando formei a minha família, a minha esposa, Margarida Cerato Santin, foi responsável pelas minhas conquistas, por sempre estar ao meu lado, me dando conselhos. Grandes riquezas conquistei com meus filhos também. Não fui um pai muito presente, pelas funções que assumi profissionalmente, mas nenhum deles me deu trabalho”, falou. Agradeceu também os funcionários que teve naquela época na Prefeitura. "Eles nem eram chamados assim, eu preferia me referir a eles como colegas e amigos. Eles trabalhavam com tanto prazer, me proporcionavam tanta satisfação, que eu chegava na Prefeitura antes das 7h e era o último a sair. Sempre recebia todos e sabia quando todos iam para casa. Acompanhava o trabalho deles de perto. Nos momentos de dificuldade eles falavam comigo abertamente porque sabiam que eu era amigo e iria apoiá-los”, confessou. Ele contou que na época que administrava Marau as leis eram respeitadas e todos colaboravam.

AS CRÍTICAS
Sempre aceitei críticas, desde que fossem honestas. “Ás vezes ficava chateado, porém nunca deixava de enfrentar. Em um primeiro momento as críticas abalam, mas após fazer um estudo é possível perceber que elas podem ter sido originadas por uma diferença política, ou econômica. Mas graças a Deus sou um homem dotado de muita paciência”, relatou Maneco.



2 comentários:

  1. Olá Gladimir,

    Como Marauense e descendente Santin, gostaria de acrescentar que é difícil encontrar algum Marauense que não tenha admiração e respeito pelo trabalho desenvolvido pelo Maneco na cidade. Quando ele terminou o seu 2º mandato de prefeito eu tinha apenas 6 anos, mas mesmo assim lembro-me da minha mãe e dos meus avós comentarem o seu trabalho sempre de forma elogiosa.

    Para além do admirável trabalho como prefeito, destaca-se que o Maneco sempre foi uma pessoa exemplar e muito atenciosa com os outros. Um verdadeiro exemplo a ser seguido e é claro um orgulho para a Família Santin.

    Ainda cabe neste pequeno comentário uma breve reflexão. Se eu não estiver em erro, o Maneco tem a seguinte ascendência (por parte do sobrenome Santin):

    Pais: Guerino Santin & Maria Aguire
    Avós: Isidoro Santin & Cecília Tramontina
    Bisavós: Antonio Isidoro Santin & Angela Tramontina
    Trisavós: Nicolò Santin & Giacoma Mezzarobba

    Ou seja, se colocarmos em perspectiva temporal, a bela história que o Maneco construiu em Marau começou lá na pequena 'frazione' de Mezzomonte, no 'comune' Polcenigo, Itália, donde os seus bravos trisavós (o casal Nicolò & Giacoma e seus cinco filhos), a época desiludidos com a falta de futuro mas também privados de um presente digno, resolveram encarar a aventura de atravessar o Atlântico e se estabelecer numa região que pouco, ou quase nada, conheciam. Imaginem este cenário em 1885 (mais de 120 anos atrás), que foi quando a família do Nicolò & Giacoma Santin chegaram no Lote 31 da Linha Argemiro, no Rio Grande do Sul.

    Perante aquele cenário, só o fato de conseguir (sobre)viver dignamente em solo Riograndense seria uma grande conquista. Porém, como esta história do Maneco e a de muitos outros imigrantes comprovam, com coragem, determinação, religiosidade, muito trabalho e suor,... conseguiram contribuir de forma decisiva para formação de cidades, estados e países. Este é um dos legados dos nossos bravos antepassados, que, como este blog do Gladimir se propõe, não devemos em hipótese alguma esquecer. Temos de manter vivo e claro este passado, pois ele serve e servirá como um alicerce para as conquistas das atuais e próximas gerações dos descendentes.

    Cumprimentos,
    Edinei Santin

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    1. Edinei Santin
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      Cecilias.fochezato@yahoo. com.br

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